sexta-feira, 11 de setembro de 2015

VENCENDO O MAL COM O BEM

VENCENDO O MAL COM O BEM


Introdução:


Em começo esta rápida reflexão da qual quero tirar algumas lições proveitosas para a vida, com uma máxima do grande Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta. Diz ele:

«A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor
que o prazer daquele de quem o faz».

A teologia judaica traz algumas diferenças em relação à teologia protestante. A teologia protestante, por exemplo, ensina-nos sobre o pecado original e por transmissão. Ou seja: nós nascemos em pecado. Já a teologia judaica não faz esse caminho. Segundo os teólogos judeus, todo homem (e mulher) tem dentro de si dois elementos que se antagonizam: o instinto bom e o instinto mal. A teologia católica argumenta que todo homem tem um lado divino e um diabólico habitando o seu coração. Vem o apóstolo Paulo e diz: «Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo”.

De posse desses conceitos teológicos, vamos tentar elucidar, o máximo, o que desejamos compartilhar com vocês.

I. HÁ SEMPRE UMA POSSIBILIDADE DO MAL VEN­­­­CER O BEM, DO DIABÓLICO VENCER O DIVI­­­­­­NO
Como isso pode acontecer?

A. O mal feito de alguém contra nós pode nos influenciar até o limite da nossa transformação. Por exemplo: Quando você é traído por alguém que usa todos os artifícios da maldade e você utiliza os mesmos ardis que a pessoa que lhe fez mal, você pode se tornar pior e mais perverso do que ela. Isto porque o divino e o diabólico jazem à porta. É preciso se controlar e deixar tudo nas mãos de Deus. Lembre-se: a FORCA que foi preparada para Mardoqueu, veio a ser o «prêmio» (entre aspas) de Hamã.

B. O mal de uma pessoa pode transformar o nosso desejo de fazer o bem. Se uma pessoa má me influenciar e eu pagar na mesma moeda o mal que ela está me fazendo, eu posso desenvolver um lado diabólico em mim sem limites.

C. Quando ficamos amargos e perdemos a sensibilidade e vontade para fazer o bem, é porque esta­­­­mos sendo vencidos pelo mal. Homens que tinham como projeto de vida fazer o bem, hoje foram transformados em espectros, figuras esquálidas vencidas pelo mal, perderam completa e totalmente a motivação de fazer o bem. O que lhes aconteceu? Foram vencidos pelo mal.

II. UM CORAÇÃO AFETADO

A. Nosso coração está sendo afetado. A gente só sabe se o coração está sendo afetado quando nossos sentimentos em relação à bondade ficam paralisados, interrompidos, interditados; ficamos desmobilizados. Não faz mais sentido fazermos o bem.

B. Estamos ficando completamente bloqueados para fazer o bem. Há pessoas que perderam totalmente a força, o entusiasmo de fazer o bem. Estão amarguradas, por conta de desilusões sofridas ao longo da vida.

C. A igreja está entre o divino e o diabólico. Há algumas igrejas que desenvolveram um ambiente de morbidez, malícia, sócio-fagia (um querendo destruir o outro), em sua membresia que o lado diabólico, perverso, maldoso, maligno é o que mais sobressai.

D. Um espírito persecutório está tomando conta da igreja. Há «satanases» na igreja que não são expulsos no uso do nome de Jesus. Eles são extremamente resistentes. No Novo Testamento a palavra diabo tem algumas acepções, a saber:

a) os inimigos que oprimem o povo de Deus
 b) os elementos persecutórios na igreja e
c) o diabo como personalidade diabólica.

III. VENCENDO O MAL COM O BEM

A. A condição essencial para vencer o mal é fazer o bem. Só não ficaremos doentes, adoecidos e extremamente adoecedores na igreja se não nos deixarmos vencer pelo mal, que tão de perto nos persegue. Devemos continuar a fazer o bem, sem esperar nada de ninguém. É o maior bem que fazemos à nossa vida é fazermos o bem aos outros.

B. Nada pode nos cansar de fazer o bem. Ninguém pode nos impedir de sermos o que escolhemos ser: abençoadores.

C. Nenhum mal, nenhuma maldade, ninguém pode transformar ou mesmo impedir meus atos de bondade, sem que eu dê permissão.

D. O mal não pode me transformar em uma pessoa má, perversa, calculista, fria, hedionda.

E. A gente não pode fazer o bem querendo retribuição. Devemos fazer o bem, porque este é o lado divino que habita o nosso coração. Que ninguém consiga mudar isso em nós, por maior que seja a sua maldade.

Conclusão:

Termino com um pensamento do romancista, poeta e dramaturgo Miguel de Cervantes:


«Uma das bases da prudência é não fazer por

 mal o que se pode fazer por bem» .


Rev. Paulo Cesar Lima