Por mais que tentemos, não somos capazes, sozinhos, de nos ajustar à porta estreita. Aliás, "porta estreita" não é o meu esforço pessoal de me auto anular, castrar,
censurar, demonstrar espiritualidade, consagração, devoção ... manter-me na
linha em seguir as maneiras e costumes da igreja. “Porta estreita” não é o modo
de vestir, de falar, de se comportar. Nossa "justiça própria" nos desajusta o tempo todo diante de Deus, tornando-nos desajustáveis para entrar pela porta estreita. Só Jesus, pela sua graça, pode nos tornar ajustáveis.
“Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando na sua viagem para
Jerusalém. Alguém perguntou: — Senhor, são poucos os que vão ser salvos? Jesus
respondeu: – Façam tudo para entrar pela porta estreita. Pois eu afirmo a vocês
que muitos vão querer entrar, mas não poderão. – O dono da casa vai se levantar
e fechar a porta. Então vocês ficarão do lado de fora, batendo na porta e
dizendo: ‘Senhor, nos deixe entrar!’ E ele responderá: ‘Não sei de onde são
vocês.’ Aí vocês dirão: ‘Nós comemos e bebemos com o senhor. O senhor ensinou
na nossa cidade.’ Mas ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês. Afastem-se de
mim, vocês que só fazem o mal.’ Quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos
os profetas no Reino de Deus e vocês estiverem do lado de fora, então haverá
choro e ranger de dentes de desespero. Muitos virão do Leste e do Oeste, do
Norte e do Sul e vão sentar-se à mesa no Reino de Deus. E os que agora são os
últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos” (Lucas
12:22-30).
INTRODUÇÃO
Em quase 41 anos de ministério, eu sempre ouvi que entrar pela “porta
estreita” tinha a ver com o meu esforço pessoal de me auto anular, castrar,
censurar, demonstrar espiritualidade, consagração, devoção ... manter-me na
linha em seguir as maneiras e costumes da igreja. “Porta estreita” era o modo
de vestir, de falar, de se comportar; para as mulheres, era não usar calça
comprida, pintura, adereços, coisas do gênero; para os homens, era não usar
barba, bigode, cavanhaque, cabelos compridos, jogar bola,
Refletindo o Evangelho deste dia 05 de novembro de 2014 temos sem dúvida
a oportunidade de crescer fortalecendo as nossas decisões, como também, a
virtude da vigilância. Em Lucas 13:23
nós encontramos alguém que faz uma pergunta a Jesus: “Senhor,
é verdade que são poucos os que se salvam?” Diante da pergunta,
Jesus responde com uma forte afirmação no versículo seguinte: “Fazei
todo o esforço possível para entrar pela porta estreita. Por que eu vos digo
que muitos tentarão entrar e não conseguirão”.
A exigência do evangelho deve, portanto, nos questionar se a vida que
levamos, verdadeiramente nos forma e prepara, para as diversas portas estreitas
da vida, inclusive, para a porta estreita por excelência, que é o julgamento
final. É muito significativo e
profundo o fato de Jesus afirmar que muitos tentarão, e não
conseguirão entrar.
Não é o esforço moral que nos faz
entrar pela porta estreita. Isto é bem explícito na palavra a seguir: “Pois eu vos afirmo a vocês que muitos vão
querer entrar, mas não poderão”.
O que isso pode significar para nós? Será que esses levavam uma vida de
completa ilusão acerca do seu preparo? Ou seja, viviam uma ilusão de seguimento de Jesus,
de estar preparado, contudo, sem as condições necessárias para responder à
exigência da porta estreita. Estar com Jesus, mas não ser inteiramente de Jesus,
constitui a ilusão que mais frustra o homem.
A porta estreita nos revela o quanto importante é ter uma vida de
intimidade com Jesus que compromete o
ser, ou seja, a vida na sua totalidade. Em 1 João 2:4 colhemos o critério
que nos prova: “Aquele que diz: ‘Eu conheço, mas não guarda os
seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele’.”
Tal dimensão nos encaminha para um exame de consciência intenso, onde
percebemos, que sem a prática dos ensinamentos de Jesus, no concreto da vida,
nosso preparo revela-se ilusório e fantasioso. Se a consciência, o conhecimento
e a fé, não revelam-se capazes de governar a vida, a existência torna-se
mentira e falsidade. E de fato tudo aquilo que não é construído na verdade
sempre irá cair por terra um dia, o tempo é o seu maior adversário, pois, o tempo sempre vence aquilo que não possui
raiz profunda e substância!
AGORA,
QUEM PODE NOS PREPARAR PARA
A
EXIGÊNCIA DA PORTA ESTREITA?
Constatamos que somente um pode nos formar para tal realidade: Deus que
nos criou! É por esse motivo que a carta aos hebreus afirma
que não podemos desprezar a educação do Senhor que nos repreende e corrige em
vista da salvação. Contudo, sem o “fazei todo o esforço possível”, acaba-se por não viver o comprometimento e o dinamismo do ser melhor,
da mudança, que nos faz vir para fora, inserindo-nos nessa realidade de
purificação e preparação.
Nesse evangelho Jesus coloca ainda outro questionamento no versículo 25a
e 26: “Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado
de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’. Ele
responderá: ‘Não sei de onde sois’.
É sem dúvida muito triste seguir um caminho e ver as esperanças
frustradas, mas isso é justamente o resultado de uma vida feita de meias medidas, de jeitinhos aqui e lá, enfim, de meras
aparências. Precisamos ser responsáveis, reconhecendo que Deus nos conhece
inteiramente, e que o improviso e a imprudência não são salvíficos. Portanto, não nos enganemos,
sigamos um caminho permitindo que o dono
da porta nos ajuste na medida da porta estreita, pois, a medida correta está em
Deus não em nós mesmos.
Infelizmente vivemos em um mundo onde a busca de muitos é pela porta
larga, pelo mais fácil e rápido.
QUE
TIPO DE PESSOAS PODEM SURGIR DE UMA
FORMAÇÃO
QUE BUSCA A FACILIDADE E A FALSA PROTEÇÃO?
Pessoas desanimadas e excessivamente insensíveis, que tendem à perda de
sentido da vida, pelo simples fato, de não conseguirem enfrentar as exigências
naturais da vida e da fé. Por
isso, decida-se por um caminhar onde a referência é a Palavra de Deus que nos
revela Jesus, como também, nos desvela a verdade de nós mesmos.
O QUE
PRECISAMOS FAZER E DEIXAR DEUS FAZER EM NÓS?
É se deixar estreitar hoje pelo Senhor, numa relação de compromisso e
responsabilidade com a sua missão; é ter vida de intimidade com Jesus, algo que
compromete o ser, ou seja, a vida na
sua totalidade; é deixar que, através dos ensinos de Jesus, sejamos preparados
e ajustados, na medida da porta estreita, o tempo da graça.
Rev. Paulo Cesar Lima
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