segunda-feira, 3 de outubro de 2016

NÃO HÁ MAIS CHANCE!

NÃO HÁ MAIS CHANCE!
Texto: Amós 4:12:

«... Prepara-te, ó Israel, para te
encontrares com o teu Deus».

INTRODUÇÃO:

Já ouvi dezenas, talvez, centenas de mensagens com o tema «Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com Deus». Todas elas fazem o mesmo percurso: o escatológico, como se o texto estivesse falando do encontro da Igreja com Jesus. 

Só que o imperativo afirmativo «prepara-te»

1. não se trata de «boa opção» para quem quer se encontrar com Deus;
2. tampouco refere-se a um imperativo escatológico no que diz respeito à retirada da Igreja da terra, antes da Grande Tribulação;
3. não se trata também de um apelo à santidade para que não sejamos surpreendidos quando estivermos frente a frente com Deus na dimensão espiritual;
4. não se trata, por último, do derradeiro momento da Igreja na terra.

O «prepara-te», do versículo 12, cap. 4 de Amós, tem a ver com

1. o juízo de Deus sobre as 10 tribos do Norte, Israel;
2. o «basta de Deus»;
3. o «não tem mais jeito», «não tem mais saída».
4. é o «acerto de contas de Deus» com o seu povo.

 A perspectiva do «prepara-te» é que a Israel foi dada todas as oportunidades, mas o povo endureceu o coração. Deus produziu todo tipo de revezes para ver se Israel se convertia do seu mau caminho, mas a indiferença tomou conta do povo. Agora, após o endurecimento da nação, o seu não arrependimento, só um caminho resta a Deus: o julgamento final

Eu estou dizendo isso baseado no texto de Amós. O profeta descreve todas as experiências fatídicas que Israel passou, por conta de seus pecados, e todas elas no esforço de fazê-los voltar para Deus, mas mesmo assim eles continuaram insensíveis.

Observem o que diz Amós:

          1. «Eu fiz vocês passarem fome, diz o Senhor, mas isso não adiantou; vocês se recusaram a voltar para mim.

          2. Eu arruinei as suas plantações, impedindo que chovesse três meses antes da colheita. Deixei chover numa cidade e em outra não. Enquanto chovia numa plantação, a outra ficava seca e morria.

          3. Gente de duas, três cidades, caminhava cansada até um lugar onde houvesse chovido para conseguir um pouco d’água, mas não havia água suficiente para todos. Apesar disso, vocês não voltaram para mim, diz o Senhor.

          4. Castiguei suas fazendas e vinhas com pragas e ferrugem; os gafanhotos comeram as suas figueiras e oliveiras e apesar disso tudo, vocês não se converteram a mim, diz o Senhor.

          5. Mandei contra vocês pragas semelhantes às do Egito. Matei os seus jovens na guerra e espalhei os seus cavalos. O cheiro dos cadáveres era insuportável E ASSIM MESMO VOCÊS SE RECUSARAM A VIR.

          6. Destruí algumas de suas cidades como fiz com Sodoma e Gomorra. Os sobreviventes pareciam pedaços de lenha, meio queimados, tirados da fogueira. MAS VOCÊS NÃO QUISERAM VOLTAR A MIM, DIZ O SENHOR.

      Por tudo isso, trarei sobre vocês todos os males de que falei. PREPARE-SE PARA ENFRENTAR O JULGAMENTO DO SEU DEUS, povo de Israel!» (Amós 4:6-12).

Ora, o Deus que deixa as pessoas famintas, destrói suas plantações e mata seus filhos, é o mesmo que está dizendo para Israel que acabou, não há mais nada a fazer. Deus vai levá-los a um juízo final.


II. O QUE DEUS DENUNCIA NO COMPORTAMENTO DE ISRAEL?

A. DEUS CHAMA AS MULHERES DE ISRAEL DE «VACAS DE BASû. Ou seja, mulheres de classe média, vaidosas, que, em conluio com homens arrogantes e avarentos, incentivam a opressão dos pobres para continuarem com os seus gastos desordenados. 

B. OS PECADOS DE ISRAEL APONTADOS PELO PROFETA SÃO: Violência, Opressão, Injustiça, Indiferença, Arrogância, Cinismo, Falta de Arrependimento...  Daí por que o profeta grita:

«O que Eu quero ver é a justiça correndo como um rio. Quero ver uma correnteza de justiça e retidão». (Amós 5:24).

C. O QUE ACONTECERÁ A ISRAEL: Fome, Seca, Doenças, Gafanhoto, Pragas, Derrota Militar, Devastação.

D. Assim como nos capítulos 1 e 2 Amós prevê derrota militar e violência para sete vizinhos de Israel: 1) Damasco, 2) Tiro, 3) Filistia 4) Edom, 5) Amom, 6) Moabe e 7) Judá. Mas o profeta avisa que o Norte, as 10 tribos de Israel, também vai cair.

E. Israel está debaixo da ira de Deus, porque abandonou o seu estilo novo de viver: a liberdade em Deus. Seus dirigentes começaram a oprimir o povo e fazê-lo se contentar com a vida de opressão. 

 III. NÃO HÁ QUEM SALVE ISRAEL DA SUA ARROGÂNCIA?

A. Amós fala sobre os 07 grandes pecados de Israel:

1. «VENDEM O JUSTO POR DINHEIRO» – desprezo pela pessoa do devedor;

2. «VENDEM O NECESSITADO POR UM PAR DE SANDÁLIAS» – escravidão por dívidas ridículas;

3. «PISOTEIAM OS FRACOS NO CHÃO» – humilhação e opressão dos que não têm meios para se defender;

4. «DESVIAM O CAMINHO DOS POBRES» – falsificação do anseio pela justiça;

5. «DIANTE DE TODOS OS ALTARES ELES SE DEITAM SOBRE ROUPAS PENHORADAS» – falta de misericórdia na questão dos empréstimos;

6. «NO TEMPLO DO SEU ‘DEUS’ BEBEM O VINHO DE JUROS» – uso indevido dos impostos e multas.

B. Quais são as vítimas?
O texto deixa bem claro quais são as vítimas:

            1. o justo;
            2. o necessitado;
            3. o fraco;
4. o pobre;
5. o nome santo do próprio Deus.

IV. QUEM É AMÓS, O PROFETA?

O nome Amós significa «aquele que ajuda a carregar o fardo» ou «levar». Parece ser uma forma abreviada da expressão «amosiá», que significa Deus levou. Amós foi um profeta do Antigo Testamento que profetizou lá pelo século VIII a.C., mais ou menos 760, no tempo do rei Jeroboão II.

Amós, da cidade de Técua, na montanha ao sul de Jerusalém, denuncia uma religião que é mera fachada para a prática da injustiça e que acoberta um sistema iníquo, já viciado pela raiz.

Amós quando é expulso da cidade pelo sacerdote Amasias, deixa bem claro que não é profeta profissional, mas boiadeiro, plantador de sicômoros, mas que sua chamada foi legítima diante de Deus, e por isso ele vai continuar profetizando:

V. O CULTO SERVE DE MÁSCARA

A. O profeta desmascara os pecados do povo. Amós denuncia a forma como os dirigentes levam o povo de volta a um clima de escravidão, algo que fora superado na origem do povo ao sair do Egito.

           «Andem, continuem sacrificando aos ídolos em Betel e em Gilgal. Continuem desobedecendo; os seus pecados se amontoam. Ofereçam sacrifícios pela manhã, diariamente, e tragam os dízimos duas vezes por semana! Façam sacrifícios a seu próprio modo e tragam ofertas especiais. Isso os deixa muito orgulhosos e vocês contam tudo aos quatro ventos! » (Amós 4:4-5).

B. O profeta diz que o povo está tapeando e subornando Deus com os seus cultos. Amós é revelado por Deus que os cultos que o povo faz é um faz-de-contas. Não tem nada de verdadeiro nele. Deus diz que vai destruir o santuário para evitar que os injustos se sirvam dele (do santuário) para subornar a Deus e enganar o povo.

C. Amós fala da libertação do povo. A indignação de Deus é ver um povo que foi vocacionado para viver a liberdade sendo aprisionado pela própria religião. Amós mostra que a cidade de Samaria tornou-se a capital da corrupção e da injustiça.

D. Amós, ironicamente, chama o Egito e os filisteus, tradicionais opressores de Israel, para mostrar que dentro do próprio povo de Deus a opressão se tornou ainda maior que a deles.

CONCLUSÃO:

Como Amós denuncia o centro nervoso do poder, o santuário, ele é acusado pelo sacerdote Amasias de estar tramando contra o rei. O próprio sacerdote é encarregado de expulsar o profeta:

«Em seguida Amazias mandou uma ordem a Amós: ‘Vá embora daqui, seu profeta idiota! Fuja para a terra de Judá e profetize por lá. Não venha nos incomodar aqui com as suas visões. Aqui, em nossa capital, onde fica a sede do rei!’» (Amós 7:12-13).

Esta é a palavra de misericórdia de Deus para o povo:

«Os gafanhotos devoraram tudo o que se podia ver de verde na terra. Então eu disse: ‘Senhor Deus, por favor perdoe o seu povo! Não mande essa praga contra eles! Se o Senhor se voltar contra Israel que esperança haverá para eles? Israel é uma nação muito pequena!’ Assim, o Senhor abandonou essa ideia e não cumpriu a visão. ‘Não vou fazer isso’, Ele me disse. Então o Senhor Deus me mostrou um grande incêndio que havia preparado para castigar os moradores de Israel; o fogo tinha secado os rios e mares, devorando toda a terra. Vendo isso, eu disse: "Senhor Deus, por favor não faça isso. Se o Senhor se voltar contra Israel, que esperança haverá para eles? Israel é uma nação muito pequena!’ Assim, o Senhor também abandonou essa ideia e respondeu: ‘Também não vou fazer isso’.» (Amós 7:2-5)

As últimas palavras de Deus:

«Eu mudarei a sorte do meu povo, Israel. Eles reconstruirão suas cidades destruídas e morarão nelas mais uma vez. Eles plantarão suas vinhas e pomares, comerão os frutos e beberão o vinho. Eu os plantarei firmes na terra que dei a Israel; nunca mais serão arrancados, diz o Senhor Deus». (Am 9: 14-15)



domingo, 2 de outubro de 2016

ENTRANDO PELA PORTA DA FRENTE DO LIVRO DE JONAS

ENTRANDO PELA PORTA DA FRENTE DO LIVRO DE JONAS
Texto: 2 Reis 14:25.


INTRODUÇÃO:

Eu quero esta noite entrar pela porta da frente na leitura que desejo fazer do livro de Jonas. Digo assim, porque quero ler e entender Jonas de outra maneira que não seja aquela que se apega ao pano de fundo do texto e não com a sua real existência, como tema bíblico que precisamos refletir. Não quero colocar o «grande peixe» no lugar do «Grande Deus». Não quero fazer a leitura do livro a partir da tentativa de fuga de Jonas e me perder por aí. Absolutamente. Nem quero aventar a possibilidade de ver o diabo trapaceando no livro de Jonas, porque isso não existe. Aliás, há duas coisas que devem nos chamar a atenção quando abrimos o livro de Jonas para ler:

“Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava a ponto de quebrar-se”. (Jonas 1:4)
“Preparou, pois, o Senhor um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe”. (Jonas 1:17)
“E ele lhes disse: Levantai-me, e lançai-me ao mar, e o mar se vos aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade”. (Jonas 1:12)

1. Nos dois primeiros textos acima depreendemos que Jonas é um dos únicos livros da Bíblia no qual o agente de comoção, tensão, frustração, perturbação, tentação, não é o diabo, mas Deus.
2. No último versículo supracitado, versículo 12, percebemos que Jonas é o agente responsável por suas próprias ações rebeldes e não satanás.

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Isto quer dizer muita coisa para nós. Primeiro que nem tudo que a gente diz que foi o diabo foi ele mesmo que fez. Segundo, e de grande importância, é que não devemos culpar ninguém pelos nossos erros a não ser a nós mesmos.

CONTEXTO HISTÓRICO

Pelo fato do nome «Jonas» aparecer no livro de 2ª Reis cap. 14:25, chegou-se à conclusão que o profeta teria profetizado no tempo de Jeroboão II (783-743 a.C.) sob à sombra da Assíria, capital Nínive. Jonas estaria aqui profundamente ligado aos eventos ocorridos no reino do Norte. Ele teria assistido às inúmeras tentativas de incursão por parte dos assírios; ele também teria presenciado a derrocada do Reino do Norte sob os ninivitas.

OBJEÇÕES: Enquanto os profetas desse tempo trazem ameaças de julgamento para as nações pagãs inimigas, o livro de Jonas relata a conversão dos ninivitas e anuncia a misericórdia de Deus para esse que foi um dos povos mais odiados por Israel. Na verdade, o livro de Jonas, segundo dezenas de estudiosos, é um escrito sapiencial. Como tal, não pertence ao gênero histórico, mas ao gênero parabólico, não deixando, por isso, de ser menos inspirado do que os demais.

A maioria dos estudiosos está de acordo em dizer que o livro de Jonas foi escrito depois do exílio na Babilônia em 538 a.C. A data mais recente seria antes do ano 200 a.C. Nessa faixa de 300 anos o povo de Israel foi sempre dominado por grandes potências, como o império persa e o império de Alexandre. Porém, não se esqueça que isso é apenas uma das muitas teorias acerca do livro de Jonas.

QUATRO DESTAQUES DO LIVRO

O pequeno livro de Jonas mexe com questões profundas. A primeira delas é a própria concepção de Deus.

1. Yahweh é um Deus não apenas nacional, mas de toda a humanidade.

2. Yahweh é um Deus imprevisível que muda suas decisões a partir das decisões do próprio homem.

3. Yahweh é o Deus da vida e quer que todos se convertam.

4. Ninguém possui o divino, no sentido de tê-lo só para si. Deus é de todos.

A segunda é que, conquanto Deus queira a vida para todos, todos devem se converter a Ele para terem a vida que Ele promete.

A terceira é que Deus tem misericórdia de quem, a nosso ver, não deveria ter misericórdia.

CINCO LIÇÕES QUE JONAS TEVE QUE APRENDER

1a) Jonas teve que aprender a lição de ter que pregar para aqueles que ele odiava – os ninivitas (assírios)

2a) Jonas teve que aprender que quando se está longe da vontade de Deus a gente se torna pior do que os mais perversos – nem os pagãos quiseram ficar com Jonas

3a) Jonas teve que aprender que quando temos coração amargurado nossa mensagem é sempre de juízo – nossa pregação não pode ser uma projeção do nosso rancor.

4a) Jonas teve que aprender a partir da conversão dos seus piores inimigos – a arrogância de Jonas quase o precipitou no hediondo comportamento de não querer aceitar que venha nada de bom de um adversário.


5a) Jonas teve que aprender que quando temos coração amargurado ficamos sem paciência e sem misericórdia no convívio com os inimigos – nós, à semelhança de Jonas, achamos que o “outro” é sempre o diabo.

Rev. Paulo Cesar Lima

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O QUE ESTAMOS FAZENDO DO NOSSO MINISTÉRIO?

Um pastor, companheiro meu nas lides do Eterno, externou o seu sentimento dizendo para mim que não conseguia enxergar sucesso na vida de pastores sérios, coerentes, os que lutam pela justiça e verdade. Logo após esta sua afirmação, eu o interrompi perguntando-lhe: «Por que você pensa assim? Você sabe que a Bíblia diz que a verdade sempre prevalece»! Para minha surpresa, ele, com alteração de voz, disse: «Eu não creio mais assim, meu amigo! Pois vejo que o que prevalece, hoje, é a manipulação, a mentira, a injustiça, a incoerência, a superficialidade, a aparência ... é isso que é aceito e acolhido pelo povo». 

O que este pastor está dizendo tem muito a ver com o mundo real de centenas de líderes evangélicos. Desde que foi implantado o evangelho triunfalista no Brasil, baseado em confissões positivas, explorando o imediatismo como forma de solução para todos os problemas humanos, centenas de pastores sérios estão à beira de um ataque de nervos, por não conseguirem viver este padrão ilegítimo e inconsistente de mensagens que insistem nas aplicações morais e espirituais.

Pastores sérios e comprometidos com Deus não conseguem fazer a passagem da retidão para a conveniência, a contingencialidade. Causa dor na alma ter que abrir mão de valores espirituais para dar lugar ao trivial, superficial, aparente, momentâneo, circunstancial. Isso, acima de tudo, é vergonhoso.

É melhor continuar a acreditar nas intervenções divinas e nas possibilidades de uma reviravolta de Deus na história das igrejas brasileiras.

De tanto se vender um evangelho facilitador para as pessoas, foi criado um código ético de conduta paralelo aos ensinos bíblicos. A mais valia do lado do triunfalismo é você demonstrar prosperidade financeira, ausência de sofrimento, e ter um plantel de respostas divinas para os problemas. Se isto for mostrado por você, sua vida vai muito bem.

A verdade de tudo isso segue três pressupostos que fazem o caminho inverso do que foi ensinado por Jesus no Novo Testamento. O primeiro pressuposto é a pessoa imaginar o Eterno como o resolvedor-mor de todos os problemas humanos. Um tipo de «shazan» circunstancial, ou um «deus» que está à nossa disposição para o que der e vier. Evidentemente, que falando assim não estou querendo esvaziar o sentido que tem a ver com as intervenções do Eterno na história, que são manifestações legítimas da sua previdência e providência. Estou falando dessa liquidação evangélica sem fim onde Deus passa a ser visto como objeto de consumo.

O lado utilitário do triunfalismo é o mais nocivo de todos: Deus é configurado a partir de uma noção monstruosamente mercantilista, a qual subordina tudo ao interesse, ao lucro, ao ganho; é a presença da ideia de um «deus quebra-galho».

O segundo pressuposto é o que vê o sucesso pelo viés publicitário. A Bíblia é um livro totalmente diferenciado neste particular. Os ensinos de Jesus quanto ao sucesso trazem uma configuração que vai na contramão do senso comum. Segundo os ensinamentos do Filho de Deus, o sucesso advém de um caminho que beira ao paradoxo. De acordo com Jesus, a bem-aventurança acontece na vida de um discípulo, através de um contexto de injúria, difamação, calúnia e perseguição. Aliás, conforme nos informa a bíblia, feliz é aquele que experimenta tais aflições e sofrimentos no seu espaço existencial. Isto quer dizer que Jesus, segundo os evangelhos, e os apóstolos, conforme as epístolas, veem o sofrimento não como fraqueza ou derrota, mas algo que nos leva a estádios mais elevados e nos torna mais humanos:

«... e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência [resistência], e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado». (Romanos 5:2-5)

O terceiro pressuposto é aquele que me faz negar o tempo todo a dor, o sofrimento, a calamidade, a tragédia ... Estas negativas que me empurram contra a parede me faz viver entre o pêndulo do verdadeiro e o falso, da personagem e a pessoa, do real e o imaginário. Estas negativas que nos forçam a aprender, torna-nos esquizofrênicos, cindidos, partidos psiquicamente. Mas Deus não nos obriga a fazer tal coisa como teste de resistência. Isso é fanatismo monstruoso e da pior espécie.

Hoje, para você ser o que você é, precisa de toda força que puder reunir. Em contrapartida, as pessoas ficam querendo unção, unção, unção, mas nem mesmo sabendo o que significa e a sua aplicação à vida.

Segundo a Bíblia, o HOMEM UNGIDO não é aquele que está cheio de poder e pronto para feitos portentosos. Absolutamente. O HOMEM UNGIDO, ao contrário, é aquele que, mesmo em meio às duras pressões, provações e assédios para forçá-lo a deixar cair o seu padrão ético e o seu conteúdo doutrinário, escolhe permanecer naquilo em que foi ensinado. «E a UNÇÃO que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua UNÇÃO vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis». (1 João 2:27)

Precisamos, com urgência, de HOMENS UNGIDOS que não se vendam ao modismo, ao contingencial, ao imediatismo, ao senso comum, ao "faça fácil" ou ao "mais fácil", mas, pela unção que receberam de Deus, sejam honestos, firmes, verdadeiros, e que não se curvem aos apelos do tempo presente, mesmo que isso lhes custe vida de sacrifício e de aperto, pois assim viveram e vivem os homens de Deus, os profetas. 


REV. PAULO CESAR LIMA  

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A GRAÇA DE DEUS E A SUA AÇÃO LIBERTÁRIA



Hebreus 9:15: «Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a PRIMEIRA ALIANÇA.».

INTRODUÇÃO:

Preocupa-me imaginar a possibilidade de que muitos crentes hodiernos não tenham alicerçado sua fé na graça de Deus; infelizmente, ainda dependem de suas boas obras como garantia de salvação. Têm sido acrescentadas fórmulas e exigências comportamentais à mensagem da salvação, tornando o sacrifício de Cristo ineficaz. Indago-me, frequentemente, se muitos crentes não se estribam nas doutrinas e proibições de suas igrejas como um meio de alcançarem a salvação.


«Então, por que agora vocês estão querendo tentar a Deus, impondo sobre os discípulos um jugo que nem nós nem nossos antepassados conseguimos suportar?» (At 15:10)


A maioria dos evangélicos está se enganando, mantendo sua espiritualidade à base de «obrigações expiatórias». Isso é cair da Graça de Deus.


A LEI E A GRAÇA – NOVA E VELHA ALIANÇA


A Bíblia se refere a algumas alianças no Antigo Testamento:

a) a aliança de Deus com Adão;
b) a aliança de Deus com Noé;
c) a aliança de Deus com Abraão e
d) a aliança de Deus com Moisés.

AS DUAS MAIORES ALIANÇAS DE TODA A BÍBLIA SAGRADA SÃO:

a) A VELHA ALIANÇA
d) A NOVA ALIANÇA

A ALIANÇA DO VELHO TESTAMENTO É CHAMADA DE:

1. VELHA ALIANÇA
2. ALIANÇA DE MOISÉS
3. ALIANÇA DA LEI
4. ALIANÇA DO MONTE SINAI

O QUE ACONTECEU NA VELHA ALIANÇA

. Salmos 105:37: «Ele tirou de lá Israel, que saiu cheio de prata e ouro. Não havia em suas tribos quem fraquejasse».

. Êxodo 14:11: «Disseram a Moisés: ‘Foi por falta de túmulos no Egito que você nos trouxe para morrermos no deserto? O que você fez conosco, tirando-nos de lá?’»

. Êxodo 19:4-25: «Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim. Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas. Moisés voltou, convocou as autoridades do povo e lhes expôs tudo o que o Senhor havia-lhe mandado falar. O povo todo respondeu unânime: ‘Faremos tudo o que o Senhor ordenou’. E Moisés levou ao Senhor a resposta do povo. Disse o Senhor a Moisés: ‘Virei a você numa densa nuvem, a fim de que o povo, ouvindo-me falar-lhe, passe a confiar sempre em você’. Então Moisés relatou ao Senhor o que o povo lhe dissera. E o Senhor disse a Moisés: ‘Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo. Estabeleça limites em torno do monte e diga ao povo: ‘Tenham o cuidado de não subir ao monte e de não tocar na sua base. Quem tocar no monte certamente será morto; será apedrejado ou morto a flechadas. Ninguém deverá tocá-lo com a mão. Seja homem, seja animal, não viverá. Somente quando a corneta soar um toque longo eles poderão subir ao monte’. Tendo Moisés descido do monte, consagrou o povo; e eles lavaram as suas vestes. Disse ele então ao povo: ‘Preparem-se para o terceiro dia, e até lá não se acheguem a mulher’. Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta ressoou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo. Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu. O Senhor desceu ao topo do monte Sinai e chamou Moisés para o alto do monte. Moisés subiu e o Senhor lhe disse: ‘Desça e alerte o povo que não ultrapasse os limites, para ver o Senhor, e muitos deles pereçam. Mesmo os sacerdotes que se aproximarem do Senhor devem consagrar-se; senão o Senhor os fulminará’. Moisés disse ao Senhor: ‘O povo não pode subir ao monte Sinai, pois tu mesmo nos avisaste: Estabeleça um limite em torno do monte e declare-o santo’. O Senhor respondeu: ‘Desça e depois torne a subir, acompanhado de Arão. Quanto aos sacerdotes e ao povo, não devem ultrapassar o limite para subir ao Senhor; senão, o Senhor os fulminará’. Então Moisés desceu e avisou o povo».

. Deuteronômio 8:1-13: «Tenham o cuidado de obedecer toda a lei que eu hoje lhes ordeno, para que vocês vivam, multipliquem-se e tomem posse da terra que o Senhor prometeu, com juramento, aos seus antepassados. Lembre-se de como o Senhor, o seu Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus mandamentos ou não. Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhe que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor. As roupas de vocês não se gastaram e os seus pés não incharam durante esses quarenta anos. Saibam, pois, em seu coração que, assim como um homem disciplina o seu filho, da mesma forma o Senhor, o seu Deus, os disciplina. Obedeçam aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, andando em seus caminhos e dele tendo temor. Pois o Senhor, o seu Deus, os está levando a uma boa terra, cheia de riachos e tanques de água, de fontes que jorram nos vales e nas colinas; terra de trigo e cevada, videiras e figueiras e romãzeiras, azeite de oliva e mel; terra onde não faltará pão e onde não terão falta de nada; terra onde as rochas têm ferro e onde você poderá escavar cobre nas colinas. Depois que tiverem comido até ficarem satisfeitos, louvem ao Senhor, o seu Deus, pela boa terra que lhe deu. Tenham o cuidado de não se esquecer do Senhor, do seu Deus, deixando de obedecer aos seus mandamentos, às suas ordenanças e aos seus decretos que hoje lhes ordeno. Não aconteça que, depois de terem comido até ficarem satisfeitos, de terem construído boas casas e nelas morado, de aumentarem os seus rebanhos, a sua prata e o seu ouro, e todos os seus bens, o seu coração fique orgulhoso e vocês se esqueçam do Senhor, do seu Deus, que os tirou do Egito, da terra da escravidão».

. Salmo 105:37: «E tirou-os para fora com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um só fraco».


Quando Deus nos tira [liberta] de uma situação 
incômoda e sofredora, Ele sempre o faz de
uma GRANDE MANEIRA.



Êxodo 14:11,12: «E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto».

Êxodo 15:23-25: «Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou».

Êxodo 16:3,4: «E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera tivéssemos morrido por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes trazido a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não».

Por que até aqui Deus não mandou fogo sobre este povo murmurador? Porque tudo isso aconteceu antes dos 10 mandamentos; antes da Lei. Deus estava tratando o povo com Graça. Parece que para cada murmuração do povo, Deus fazia um milagre. Isso é misericórdia, amor, graça. 

Deus não tirou Israel do Egito porque eles eram bons; Deus não libertou Israel porque a nação só tinha gente maravilhosa, mas porque Ele (Yahweh) é bom e maravilhoso.


NESTE PERÍODO DA HISTÓRIA DE ISRAEL, A NAÇÃO
RECÉM-LIBERTA DO EGITO DEPENDIA DA
FIDELIDADE, DA BONDADE DE DEUS.



Números 21:5,6: «E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. Então o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel».

Deuteronômio 28:3,4,12: «Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado».

Quando Deus tirou o povo do Egito, a lei ainda não havia sido dada. Eles estavam vivendo sob a misericórdia de Deus. Mas, segundo Êxodo cap. 19, do versículo 4 até o 25, tudo mudou, porque Israel foi infiel à Aliança de Deus. De acordo com o que se lê no versículo 8: «O povo todo respondeu unânime: ‘Faremos tudo o que o Senhor ordenou’. E Moisés levou ao Senhor a resposta do povo» (Êxodo 19:8), a expressão «faremos tudo o que o Senhor ordenou» é uma atitude de arrogância da parte do povo. Na verdade, a ideia por trás desta declaração é que eles PODEM, TÊM POSSIBILIDADES, de fazer a vontade de Deus em tudo. Até então Deus não exigia do povo absolutamente nada. Mas eles rejeitaram a Graça de Deus. Então, Deus se afastou deles.

Do versículo 9 em diante, veja como Deus passa a tratar o povo:

«Disse o Senhor a Moisés: ‘Virei a você numa densa nuvem, a fim de que o povo, ouvindo-me falar-lhe, passe a confiar sempre em você’. Então Moisés relatou ao Senhor o que o povo lhe dissera. E o Senhor disse a Moisés: ‘Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo’. Estabeleça limites em torno do monte e diga ao povo: ‘Tenham o cuidado de não subir ao monte e de não tocar na sua base. Quem tocar no monte certamente será morto; será apedrejado ou morto a flechadas. Ninguém deverá tocá-lo com a mão. Seja homem, seja animal, não viverá. Somente quando a corneta soar um toque longo eles poderão subir ao monte’. Tendo Moisés descido do monte, consagrou o povo; e eles lavaram as suas vestes. Disse ele então ao povo: ‘Preparem-se para o terceiro dia, e até lá não se acheguem a mulher’. Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta ressoou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo».

«Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu. O Senhor desceu ao topo do monte Sinai e chamou Moisés para o alto do monte. Moisés subiu e o Senhor lhe disse: ‘Desça e alerte o povo que não ultrapasse os limites, para ver o Senhor, e muitos deles pereçam’».

«Mesmo os sacerdotes que se aproximarem do Senhor devem consagrar-se; senão o Senhor os fulminará’. Moisés disse ao Senhor: ‘O povo não pode subir ao monte Sinai, pois tu mesmo nos avisaste: ‘Estabeleça um limite em torno do monte e declare-o santo’. O Senhor respondeu: ‘Desça e depois torne a subir, acompanhado de Arão. Quanto aos sacerdotes e ao povo, não devem ultrapassar o limite para subir ao Senhor; senão, o Senhor os fulminará’. Então Moisés desceu e avisou o povo». (Êxodo 19:9-25)

Dá para perceber que, depois da arrogância do povo em rejeitar a Graça, o tratamento de Deus passa a ser outro.

1.    Deus exige santidade
2.    Deus exige pureza
3.    Deus exige distância
4.    Deus fala de punição
5.    A morte aparece
6.    Deus coloca limites

CHEGA A NOVA ALIANÇA

Romanos 6:14: «Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça».

Romanos 7:3,4: «Por isso, se ela se casar com outro homem enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não será adúltera. Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus».

Romanos 3:19-22: «Sabemos que tudo o que a lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus. Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado. Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem. Não há distinção».

. Romanos 7:14: «Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado».

. Romanos 10:4: «Porque o fim da lei é Cristo, para a justificação de todo o que crê».

. Romanos 13:10: «O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei».

. 2ª Coríntios 3:4-16: «Tal é a confiança que temos diante de Deus, por meio de Cristo. Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica. O ministério que trouxe a morte foi gravado com letras em pedras; mas esse ministério veio com tal glória que os israelitas não podiam fixar os olhos na face de Moisés por causa do resplendor do seu rosto, ainda que desvanecente. Não será o ministério do Espírito ainda muito mais glorioso? Se era glorioso o ministério que trouxe condenação, quanto mais glorioso será o ministério que produz justiça! Pois o que outrora foi glorioso, agora não tem glória, em comparação com a glória insuperável. E se o que estava se desvanecendo se manifestou com glória, quanto maior será a glória do que permanece! Portanto, visto que temos tal esperança, mostramos muita confiança. Não somos como Moisés, que colocava um véu sobre a face para que os israelitas não contemplassem o resplendor que se desvanecia. Na verdade as mentes deles se fecharam, pois até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado, porque é somente em Cristo que ele é removido. De fato, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu cobre os seus corações. Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado».

. Gálatas 2:16: «Sabemos que ninguém é justificado pela prática da lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo. Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela prática da lei, porque pela prática da lei ninguém será justificado».

. Gálatas 2:21: «Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça vem pela lei, Cristo morreu inutilmente!»

. Gálatas 3:11: «É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o justo viverá pela fé».

. Hebreus 7:18,19: «A ordenança anterior é revogada, porquanto era fraca e inútil (pois a lei não havia aperfeiçoado coisa alguma), sendo introduzida uma esperança superior, pela qual nos aproximamos de Deus».

. Hebreus 7:22,28: «Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior...  Pois a Lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas; mas o juramento, que veio depois da Lei, constitui o Filho, perfeito para sempre».

A Aliança de Jesus no Novo Testamento é também conhecida como

1. ALIANÇA DA GRAÇA
2. ALIANÇA DA PAZ

. João 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

. João 1:17: “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.”

A GRAÇA DE DEUS SEMPRE SERÁ MAIOR DO QUE O PECADO: «A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça» (Rm 5:20).

Quando falamos da Graça de Deus não faltam comentários dos «engenhosos justiça própria» que imaginam que estamos falando de um «evangelho fácil», «porta larga», um «evangelho sem regras, normas, proibições». Esses implacáveis «novos judaizantes» pensam que falar da Graça de Deus é uma desculpa para quem quer viver vida cristã fácil. O que eles esquecem é que foram salvos PELA GRAÇA DE DEUS. Mais: o encontro com a Graça de Deus é a maior de todas as experiências que um ser humano pode passar. É ser «agarrado» pelas «cordas do amor» de Deus; é ser constrangido a viver debaixo da maior de todas as leis: a lei do amor.

A LEI DO AMOR SOB A QUAL VIVEM OS QUE FORAM ALCANÇADOS PELA GRAÇA DE DEUS NÃO É UMA LEI PERMISSIVA, MAS CAUSATIVA DE ATOS PROFUNDOS DE LEALDADE E MISERICÓRDIA. AO MESMO TEMPO QUE SE É LEAL, TAMBÉM SE É MISERICORDIOSO. 

Hebreus 7:18-22: «Assim a regra antiga foi anulada porque era fraca e inútil. Pois a lei não podia aperfeiçoar nada. Mas agora Deus nos deu uma esperança melhor, por meio da qual chegamos perto dele. Além disso, há o juramento de Deus. Não houve juramento quando os outros se tornaram sacerdotes. Porém houve juramento quando Jesus se tornou sacerdote, pois Deus lhe disse: ‘O Senhor jurou e não voltará atrás. Ele disse: ‘Você será sacerdote para sempre.’ Portanto, essa diferença também faz com que Jesus seja a garantia de uma aliança melhor».

. Hebreus 8:6-13: «Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores. Pois se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar lugar para outra. Deus, porém, achou o povo em falta e disse: ‘Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; visto que eles não permaneceram fiéis à minha aliança, eu me afastei deles’, diz o Senhor. ‘Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias’, declara o Senhor. ‘Porei minhas leis em suas mentes e as escreverei em seus corações’. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados’. Chamando ‘nova’ esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido, está a ponto de desaparecer».

2ª Timóteo 2:13: «se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo».


A Nova Aliança está estabelecida
na fidelidade de Jesus



Hebreus 6:13-20: «Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: ‘Esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes numerosos’. E foi assim que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa. Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito, pondo fim a toda discussão. Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promessa, Deus o confirmou com juramento, para que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta, sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança a nós proposta. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque».

CONCLUSÃO:

Na Nova Aliança o acento fundamental da salvação recai sobre a pessoa graciosa de Jesus Cristo e sua Obra Expiatória.

Se a santificação que vê a Deus está baseada na autenticidade, na originalidade, na sinceridade (Mateus 5:8), o mesmo serve para Hebreus 12:14: «Segui a paz com todos, e a SANTIFICAÇÃO, sem a qual ninguém verá o Senhor» (Hebreus 12:14). Santificação, na homilia aos Hebreus, não é regra de conduta, comportamento ilibado, mas sim relacionamento baseado na sinceridade, na autenticidade. Deus só será visto em tudo quando nosso coração for sincero, autêntico, original.


 Rev. Paulo Cesar Lima