terça-feira, 15 de julho de 2014

O PODER NÃO ACEITA O SEGUNDO LUGAR


O PODER NÃO ACEITA

O SEGUNDO LUGAR

 

 

Rei, ministros e conselheiros, todos na maior agitação! O palácio inteiro entra em alvoroço, como que tomado por histeria coletiva... É que acabam de chegar personagens importantes, para adorar Alguém que não é Herodes. Alguém com jeito e cheiro de usurpador, evidente­mente...      

 

[Os magos eram eruditos no campo da matemática, as­tronomia, astrologia, alquimia e da religião. Eram conselheiros de cortes reais. Um dos deveres dos magos era estudar as estrelas a fim de antecipar o nascimento de qualquer novo governante, que eventualmente ameaçasse os poderes correntes.

Os cristãos orientais têm uma tradição de doze sábios, outros pen­savam em sete, onze, e depois três, representando as três raças principais ou a Trindade.

Toda essa questão que gira em torno de três personagens, foi por causa da atitude tomada pela imperatriz Helena, mãe de Constantino o Grande.

Esta mulher, par­tindo em busca de encontrar pro­vas sobre a exis­tência desses ma­gos, se deparou com três esqueletos que jaziam perto do túmulo de Jesus. Assim, ela mandou que os trouxessem para Constantinopla. Sua permanência ali, no entanto, foi breve. Pouco de­pois eram removidos para Milão. Mas foi somente no século XII, quan­do Barbaroxa se tornou imperador e os esqueletos foram removidos para Co­lônia que eles receberam os nomes de Gaspar, Melchior e Baltazar. À luz da Bíblia, pode-se dizer que toda esta história é inexistente.]

É sempre assim. O poder fareja peri­gos e ameaças por todos os lados e não tolera ser deixado em se­gundo lugar pelo povo, nem que seja por causa do próprio Deus. Pois, um povo disposto a dobrar os joelhos perante Deus é indomável, difícil de ser manipulado, subjugado, explorado. Rei ou presidente nenhum consegui­rá atrelar à sua carrua­gem os ado­radores do verda­deiro Deus...

Mas por que tanto pavor de uma criança? É que criança é anúncio de vida nova, pro­messa de primave­ra, pos­sibilidade de alter­nativa e de mudan­ça. Ora, o poder não aprecia novidades, alter­nativas ou mudan­­ças. Toda aspira­ção nesse sentido deve ser sufocada. E os que deliram por essas coisas, ou se ajoe­lham peran­te o po­der, ou serão des­­truídos...

Cristo, em sua Epifania, resplande­­ce como a nova al­ternativa a todos os “herodes” que infer­­nam nossa vi­da. Alternativa tão frágil e pequenina, quanto crian­ça recém-nas­cida; mas bem capaz de jogar medo e inquietação na cons­ciên­cia dos senhores abusivos do poder opressor.

Hoje, nós é que deveríamos oferecer ao mundo as alter­nativas para uma nova convivência, mais humana e fra­terna. Mas, apon­tar a alternativa da paz a um mundo que adora fazer guerras; propor a lei do a­mor a uma sociedade que só acre­dita em leis violentas – tudo isso nos faz apare­cer como dinamiteiros, merecedo­res da mor­te...

Não importa. Di­­ante de Cristo, úni­ca alternativa de vida para a humanidade, dobraremos joelhos e corações, conven­cendo os irmãos a fazer o mesmo, a fim de podermos viver em perfeita alegria e em plena liberdade.
 
 
REV. PAULO CESAR LIMA
PRESIDENTE DA CMADERJE

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