sexta-feira, 6 de abril de 2018


O PRIMEIRO A INAUGURAR O PARAÍSO PRECONIZA O ATO MAIS ABSURDO PROMOVIDO PELA GRAÇA DE DEUS


Lucas 23:39-43: «Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: ‘Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!’ Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: ‘Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal’. Então ele disse: ‘Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino’. Jesus lhe respondeu: ‘Eu garanto: Hoje você estará comigo no paraíso’.»

INTRODUÇÃO

O homem que está ao lado de Jesus na cruz e que recebeu do homem de Nazaré a palavra de perdão e a quem o Filho de Deus garantiu o direito de entrar no paraíso, não é um santo, nem tampouco um referencial moral nem um dos seus discípulos. Trata-se, para a tristeza dos fariseus, de um ladrão. Só que este ladrão levanta-se, primeiramente, como o maior absurdo realizado pela graça de Deus; em segundo lugar, este ladrão levanta-se como símbolo, emblema, referencial, modelo do absurdo que a graça de Deus pode realizar em detrimento de regras, normas e códigos de conduta.

Este fato me faz pensar a graça de Deus sob pelo menos três aspectos:

1. A graça não deixa o homem, mesmo o mais santo e imaculado, roubar a cena na história da salvação. Nós não somos aceitos por Deus porque somos certinhos e por conta de uma santificação invejável. É a misericórdia de Deus que nos faculta entrarmos no paraíso, pois «santo não é aquele que nunca se suja, mas aquele que sempre se lava, quando se suja».

2. Até a última hora das nossas vidas o que prevalece como elemento legitimador da nossa entrada no paraíso é o ato expiatório de Jesus, e mais nada: «Há uma dúzia de pessoas que querem colocar só gente perfeita no Paraíso. Jesus fez ao contrário. Inaugurou o Paraíso com um ladrão».  

3. A salvação do ladrão da cruz nos abre os olhos para dois fatos inusitados que ocorrem na vida: a) não é a nossa bondade e espiritualidade que contam quando nos apresentamos diante de Deus, mas sim a bondade do Senhor Jesus como doador da vida a todos nós e b) devemos ser lembrados por Jesus como alguém que reconhece sua missão libertadora, reconciliadora, perdoadora e como o único que pode nos levar ao paraíso.   

CONCLUSÃO:

Com esta mensagem eu entendo que nada é mais importante na vida do que o reconhecimento da nossa incapacidade de agradar a Deus. O evento do ladrão que foi perdoado na cruz nos livra de nós mesmos quanto à pretensão de roubar a cena na construção da salvação. Isto porque salvação não é algo que eu auto patrocino amesquinhando-a com um estilo de vida. Ninguém pode querer ser melhor do que realmente é. Melhor é dizer como o ladrão que foi perdoado na cruz: «Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino...». 

Termino com a frase que mais me tocou até aqui neste ano de 2016:

«Há algumas dúzias de milhares de pessoas que querem colocar só gente perfeita no Paraíso. Jesus fez ao contrário. Inaugurou o Paraíso com um ladrão».  


Rev. Paulo Cesar Lima

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