O PRIMEIRO A
INAUGURAR O PARAÍSO PRECONIZA O ATO MAIS ABSURDO PROMOVIDO PELA GRAÇA DE DEUS
Lucas 23:39-43: «Um dos criminosos que ali estavam dependurados
lançava-lhe insultos: ‘Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!’ Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: ‘Você não teme a
Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o
que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal’.
Então ele disse: ‘Jesus, lembra-te de mim quando
entrares no teu Reino’. Jesus lhe respondeu: ‘Eu garanto: Hoje você estará comigo no paraíso’.»
INTRODUÇÃO
O homem que está ao lado de Jesus
na cruz e que recebeu do homem de Nazaré a palavra de perdão e a quem o Filho
de Deus garantiu o direito de entrar no paraíso, não é um santo, nem tampouco
um referencial moral nem um dos seus discípulos. Trata-se, para a tristeza
dos fariseus, de um ladrão. Só que este ladrão levanta-se, primeiramente, como
o maior absurdo realizado pela graça de Deus; em segundo lugar, este ladrão
levanta-se como símbolo, emblema, referencial, modelo do absurdo que a graça de
Deus pode realizar em detrimento de regras, normas e códigos de conduta.
Este fato me faz pensar a graça de
Deus sob pelo menos três aspectos:
1. A graça não deixa o homem, mesmo
o mais santo e imaculado, roubar a cena na história da salvação. Nós não somos
aceitos por Deus porque somos certinhos e por conta de uma santificação
invejável. É a misericórdia de Deus que nos faculta entrarmos no paraíso, pois «santo
não é aquele que nunca se suja, mas aquele que sempre se lava, quando se suja».
2. Até a última hora das nossas vidas o que
prevalece como elemento legitimador da nossa entrada no paraíso é o ato
expiatório de Jesus, e mais nada: «Há
uma dúzia de pessoas que querem colocar só gente perfeita no Paraíso. Jesus fez
ao contrário. Inaugurou o Paraíso com um ladrão».
3. A salvação do ladrão da cruz nos abre os
olhos para dois fatos inusitados que ocorrem na vida: a) não é a nossa bondade
e espiritualidade que contam quando nos apresentamos diante de Deus, mas sim a
bondade do Senhor Jesus como doador da vida a todos nós e b) devemos ser
lembrados por Jesus como alguém que reconhece sua missão libertadora,
reconciliadora, perdoadora e como o único que pode nos levar ao paraíso.
CONCLUSÃO:
Com esta mensagem eu entendo que
nada é mais importante na vida do que o reconhecimento da nossa incapacidade
de agradar a Deus. O evento do ladrão que foi perdoado na cruz nos livra de nós
mesmos quanto à pretensão de roubar a cena na construção da salvação. Isto
porque salvação não é algo que eu auto patrocino amesquinhando-a com um estilo
de vida. Ninguém pode querer ser melhor do que realmente é. Melhor é dizer
como o ladrão que foi perdoado na cruz: «Jesus,
lembra-te de mim quando entrares no teu reino...».
Termino com a frase que mais me
tocou até aqui neste ano de 2016:
«Há
algumas dúzias de milhares de pessoas que querem colocar só gente perfeita no
Paraíso. Jesus fez ao contrário. Inaugurou o Paraíso com um ladrão».
Rev. Paulo Cesar Lima
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