segunda-feira, 13 de abril de 2015

VENCENDO O MAL COM O BEM




VENCENDO O MAL COM O BEM
                             
Rev. Paulo Cesar lima



Introdução:


Em começo esta rápida reflexão da qual quero tirar algumas lições proveitosas para a vida, com uma máxima do grande Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta. Diz ele:

«A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor
que o prazer daquele de quem o faz».

A teologia judaica traz algumas diferenças em relação à teologia protestante. A teologia protestante, por exemplo, ensina-nos sobre o pecado original e por transmissão. Ou seja: nós nascemos em pecado. Já a teologia judaica não faz esse caminho. Segundo os teólogos judeus, todo homem (e mulher) tem dentro de si dois elementos que se antagonizam: o instinto bom e o instinto mal. A teologia católica argumenta que todo homem tem um lado divino e um diabólico habitando o seu coração. Vem o apóstolo Paulo e diz: «Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo”.

De posse desses conceitos teológicos, vamos tentar eluci­­­­dar, o máximo, o que desejamos compartilhar com vocês.

I. HÁ SEMPRE UMA POSSIBILIDADE DO MAL VEN­­­­CER O BEM, DO DIABÓLICO VENCER O DIVI­­­­­­NO

Como isso pode acontecer?

A. O mal feito de alguém contra mim pode me influenciar até o limite da minha transformação. Por exemplo: Quando você é traído por alguém que usa todos os artifícios da maldade e você utiliza os mesmos ardis que a pessoa que lhe fez mal, você pode se tornar pior e mais perverso do que ela. Isto porque o divino e o diabólico jazem à porta. É preciso se controlar e deixar tudo nas mãos de Deus. Lembre-se: a FORCA que foi preparada para Mardoqueu, veio a ser o «prêmio» (entre aspas) de Hamã.

B. O mal de uma pessoa pode transformar o nosso desejo de fazer o bem. Se uma pessoa má me influenciar e eu pagar na mesma moeda o mal que ela está me fazendo, eu posso desenvolver um lado diabólico em mim sem limites.

C. Estamos ficando amargos e perdendo nossa sensibilidade e vontade para fazer o bem, porque esta­­­­mos sendo vencidos pelo mal. Homens que tinham como projeto de vida fazer o bem, hoje foram transformados em espectros, figuras esquálidas vencidas pelo mal, perderam completa e totalmente a motivação de fazer o bem. O que lhes aconteceu? Foram vencidos pelo mal.


II. UM CORAÇÃO AFETADO

A. Nosso coração está sendo afetado. A gente só sabe se o coração está sendo afetado quando nossos sentimentos em relação à bondade ficam paralisados, interrompidos, interditados; ficamos desmobilizados. Não faz mais sentido fazermos o bem.

B. Estamos ficando completamente bloqueados para fazer o bem. Há pessoas que perderam totalmente a força, o entusiasmo de fazer o bem. Estão amarguradas, por conta de desilusões sofridas ao longo da vida.

C. A igreja está entre o divino e o diabólico. Há algumas igrejas que desenvolveram um ambiente de morbidez, malícia, sócio-fagia (um querendo destruir o outro), em sua membresia que o lado diabólico, perverso, maldoso, maligno é o que mais sobressai.

D. Um espírito persecutório está tomando conta da igreja. Há «satanases» na igreja que não são expulsos no uso do nome de Jesus. Eles são extremamente resistentes. No Novo Testamento a palavra diabo tem algumas acepções, a saber:


a) os inimigos que oprimem o povo de Deus
 b) os elementos persecutórios na igreja e
c) o diabo como personalidade diabólica.


III. VENCENDO O MAL COM O BEM

A. A condição essencial para vencer o mal é fazer o bem. Só não ficaremos doentes, adoecidos e extremamente adoecedores na igreja se não nos deixarmos vencer pelo mal, que tão de perto nos persegue. Devemos continuar a fazer o bem, sem esperar nada de ninguém. É o maior bem que podemos fazer à nossa vida e fazermos o bem aos outros.

B. Nada pode nos cansar de fazer o bem. Ninguém pode nos impedir de sermos o que escolhemos ser: abençoadores.

C. Nenhum mal, nenhuma maldade, ninguém pode transformar ou mesmo impedir meus atos de bondade, sem que eu lhe dê permissão.

D. O mal só pode me transformar em uma pessoa má, perversa, calculista, fria, hedionda se eu der lugar e me deixar influenciar pelas maldades alheias. 

E. A gente não pode fazer o bem querendo retribuição. Devemos fazer o bem, porque este é o lado divino que habita o nosso coração. Que ninguém consiga mudar isso em nós, por maior que seja a sua maldade.

Conclusão:

           Termino com um pensamento do romancista, poeta e dramaturgo Miguel de Cervantes:

«Uma das bases da prudência é não fazer por mal o que se pode fazer por bem» .



Rev. Paulo Cesar Lima

sábado, 11 de abril de 2015

DÚVIDAS ACERCA DA ORAÇÃO

DÚVIDAS ACERCA DA ORAÇÃO




1. Existe oração forte?
R – Quando a gente diz que existe “oração forte”, estamos dizendo, em outras palavras, que a oração é um tipo de entidade isolada de poder. O que existe, verdadeiramente, é o Deus todo-poderoso que a Bíblia Sagrada revela. Este ouve a oração sincera de qualquer homem: fraco ou forte.

2. Existe oração contrária?
R – Pode até existir alguém que faça isso, mas sem nenhum resultado. Razão: Deus não é ídolo para ceder aos caprichos humanos. Deus não se deixa manipular por mentes doentias e sentimentos perversos. No livro de Atos dos Apóstolos encontramos judaizantes se posicionando contra a vida de Paulo. “E, quando já era dia, alguns dos judeus fizeram uma conspiração, e juraram, dizendo que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem a Paulo” (Atos 23:12).

3. Deus responde a todas as orações?
R – Não. Até porque se Ele respondesse a todas as orações que fizéssemos a Ele, nós estaríamos perdidos, pois não sabemos orar, melhor dizendo, pedir como convém, segundo a epístola aos romanos capítulo 8:26: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.

4. Oração direcionada a Jesus e/ou ao Espírito Santo é válida, ou a oração só pode ser direcionada a Deus?
R – Primeiramente, temos que nos conscientizar que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Isto significa que podemos orar ao Pai, ao Filho ou ao Espírito Santo, que estamos orando a Deus. Em segundo lugar, Jesus nos ensinou a orar da seguinte maneira: “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, EM MEU NOME, ele vo-lo há de dar” (João 16:23). Só que isso não é uma regra fixa, pois no próprio 4º evangelho, lemos o seguinte: “E tudo quanto pedirdes em meu nome EU O FAREI, para que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14:13).

5. Como ser sincero na minha oração quando a minha vontade vai contra a vontade e Deus?
R – Uma coisa não tem nada a ver com outra. Até porque podemos ser hiper-sinceros, mesmo estando contra a vontade de Deus, quando dizemos a Ele que não conseguimos subjugar a força da nossa vontade. Agora, oração alguma tem eficácia quando é feita na contramão da vontade de Deus, mesmo que sejam utilizadas as mais poderosas palavras. Isto porque não se pode amaldiçoar alguém que Deus abençoou.

6. Paulo escreveu aos tessalonicenses orai sem cessar. Quando eu oro sem cessar?
R – Primeiro temos que abandonar a nossa maneira de enxergar a oração. Em segundo lugar, a oração é oração de qualquer jeito que oramos; por isso estamos redondamente enganados quando pensamos que é preciso uma postura x ou y para nos dirigirmos a Deus. Não existe “postura” (estamos falando da posição do corpo) correta em oração. Absolutamente. Isto porque podemos orar deitado, em pé, andando, parado, de joelhos, prostrado, lavando louça, dirigindo um carro, cantando, tocando violão, piano; podemos orar até tomando banho, etc. Não há um modo de orar que seja mais eficaz do que outro. O importante mesmo é ter um coração contrito e quebrantado diante de Deus. Assim conseguimos orar sem cessar, porque não cessamos de ter o nosso pensamento em Deus.

7. A oração sem o "em nome de Jesus" é válida?
R – Ora, convenhamos, se o Pai é Deus, se o Filho é Deus e se o Espírito Santo é Deus, para qualquer um que oramos estamos orando a Deus. Mateus 7:22 «Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?» Resposta: «Não vos conheço».   

8. Muita oração, muito poder. Pouca oração pouco poder. Nenhuma oração, nenhum poder. Mito ou verdade?
R – Mito dos grandes. Primeiro que a oração não tem por objetivo nos fazer grandes e poderosos. O principal objetivo da oração é estar em comunhão com Deus, independente de qualquer coisa. Quando estamos na presença de Deus nós não precisamos de mais nada além dEle. O poder de Deus não é mais importante do que o Deus de poder. Em segundo lugar, é de uma infantilidade ímpar pensar que a oração nos dá poder. Uma coisa que a oração faz é tirar todo o nosso poder, toda a nossa força, para nos fazer dependentes de Deus. Quando oramos descobrimos quem é que manda; descobrimos que o poder pertence a Deus. 


Rev. Paulo Cesar Lima

domingo, 30 de novembro de 2014

FOI PAULO O CRIADOR DO CRISTIANISMO?

As dúvidas nutridas sobre Paulo, segundo várias revistas de grande circulação no país, têm sido uma constante. Desta feita, a Revista Superinteressante vem com uma matéria de capa, em sua edição de dezembro de 2003, acusando o apóstolo dos gentios de traição. De acordo com o artigo escrito na Revista supracitada, Paulo traiu Jesus e iniciou, por auto recriação, o Cristianismo, uma forma de religião baseada numa visão helênica. 

Para responder a essa e outras indagações desautorizadas sobre a pessoa de Paulo, transcrevo, abaixo, o artigo do Pastor Augusto Nicodemos(*), na sua íntegra. 


Uma das revistas de grande circulação no Brasil, a Superinteressante , publicou em sua edição de dezembro de 2003 uma matéria de capa onde acusa Paulo de ter traído Jesus e ter iniciado o Cristianismo, que acabou prevalecendo sobre o Judaísmo reformado que Jesus teria desejado implantar. Não é a primeira vez que esta acusação é feita, mas existe uma história até chegarmos aqui.

Paulo sempre foi visto pelo Cristianismo antigo e histórico como fiel apóstolo de Cristo, responsável pela interpretação e sintetização do que a vida e obra de Cristo representam. Há uma continuação direta entre o conceito de Reino pregado por Jesus e aquele da justificação pela fé defendido por Paulo, conceito este que, especialmente debaixo da influência da experiência de conversão de Lutero, foi considerado na Reforma como o centro da teologia de Paulo.

Debaixo da influência do pietismo pós-reforma, no entanto, o centro da teologia de Paulo passou a ser entendido como o processo de salvação individual e santificação. O centro deslocou-se do aspecto forênsico (justificação) para aspectos mais pneumáticos e éticos da pregação Paulina. Com a chegada do racionalismo nos estudos neotestamentários no século XVII, surgiram diferentes interpretações de Paulo por parte de várias escolas alemãs de estudos bíblicos. F. C. Baür e a Escola de Tübingen entenderam que o centro do pensamento de Paulo não era sua cristologia, mas sua pneumatologia. Em particular, na antítese entre o espírito e a carne. Essa antítese era entendida em termos hegelianos, como se referindo à antítese entre o absoluto e infinito (espírito) e o finito (carne). Paulo teria desenvolvido essa antítese em reação ao cristianismo judaico. Baür conseguiu estabelecer firmemente nos círculos acadêmicos modernos a ideia de que Paulo desenvolveu sua teologia em separado de Jesus e dos demais apóstolos.

Esse pensamento foi fortalecido pela obra de outro teólogo liberal alemão, Wilhelm Wrede, para quem a essência do pensamento de Paulo é a doutrina de Cristo e a sua obra – redenção em escala cósmica. Paulo teria tornado os fatos redentivos (encarnação, morte e ressurreição) em fundamento da religião. Portanto, a história da redenção seria o pilar fundamental do cristianismo Paulino. A única maneira plausível pela qual Paulo poderia ter tomado a figura do Jesus histórico e a transformado no Cristo Paulino é se ele já tivesse em sua formação e mente alguns conceitos pré-definidos sobre um ser divino (o mito do redentor cósmico das religiões de mistério), que ele então teria transferido para o Jesus histórico debaixo do impacto da ressurreição (que para Wrede não foi literal). Como resultado, Wrede aprofunda ainda mais a separação entre Paulo e Jesus.

Depois dele, os estudiosos voltaram-se para o fenômeno das religiões populares da época de Paulo, no helenismo, em busca das fontes e origens de seu pensamento. Focalizaram-se especialmente no sincretismo religioso daquela época, que era o resultado da invasão das religiões orientais de mistério na cultura grega. Bousset, um dos estudiosos mais destacados desse período, explicou o Cristo de Paulo como uma reinterpretação mística do Cristo escatológico da igreja palestina primitiva. Para ele, Paulo havia "recauchutado" o conceito e gerado a ideia do Kurios pneumático, sob a influência do cristianismo helenista (que já existia antes dele) e das religiões de mistério. Ou seja, Paulo teria se afastado completamente do evangelho judaico pregado por Jesus e criado uma religião helenística.

Algumas tentativas foram feitas para encontrar a matriz do pensamento de Paulo no gnosticismo. Reitzenstein apelou para a literatura Hermética, que reflete uma religião influenciada pelo Judaísmo, religiões egípcias e orientais. Reitzenstein acreditava que Paulo havia sido profundamente influenciado por esse tipo de gnosticismo helenista, pois ele usava muitas palavras similares, como psikukos , pneumatikos , gnosis , agnosia , potizein , etc. Para ele, Paulo foi o maior de todos os gnósticos. Sua tese deixou marcas profundas nos estudos paulinos.

Estas teses do antigo liberalismo alemão sobre a origem do pensamento de Paulo estão hoje largamente desacreditadas nos meios acadêmicos da Europa e Estados Unidos, de onde vem grande parte da teologia que desembarca aqui no Brasil. Os estudiosos mais e mais perceberam de que a estrutura do pensamento de Paulo não é a cristologia pneumática que ele teria elaborado. A matriz do pensamento de Paulo não está no helenismo, mas na revelação histórica de Cristo na plenitude dos tempos, o cumprimento cristocêntrico das promessas feitas a Israel. Vide a obra gigantesca de Herman Ridderbos, neste sentido.
Entretanto, alguém precisa dizer aos Galileus, Isto é, Épocas e Superinteressantes da vida que estas teses que sempre levantam são de uma fase dos estudos neotestamentários já superada. São apenas matérias sensacionalistas. Paulo nunca traiu Jesus. Ele não é o autor do Cristianismo e nem criou uma forma de Cristianismo que fosse diferente em essência daquela preconizada no Antigo Testamento e estabelecida por Jesus Cristo. É lamentável constatar que a teologia brasileira está sendo feita não por teólogos responsáveis, mas por jornalistas incultos, despreparados e desatualizados.
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(*) É paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O que você precisa saber sobre batalha espiritual (CEP), O culto espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP).

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O NÍVEL DE COMPROMETIMENTO DE UMA AMIZADE


O NÍVEL DE COMPROMETIMENTO DE UMA AMIZADE

 

É do velho filósofo Sócrates, oráculo dos gregos, a máxima: “Amigo, não há amigos!”.

Parece que o problema de se achar amizade sólida, verdadeira, coerente, não é coisa nova. Mas, até onde uma amizade deve ir para provar sua lealdade? Como provar o nível de envolvimento de um amigo em face de situações extremas: defendê-lo, por exemplo, diante de algozes assumindo todas as consequências resultantes da defesa? Qual a maior prova de amizade que se pode dar a um amigo senão se expor por conta de ajudá-lo, principalmente quando este está sozinho ou ausente de um linchamento moral. Só dizer que é amigo não basta. Há que se provar.

 

A julgar por essas e outras razões, está faltando amigo de verdade que defenda a justiça, a coerência. À procura de amigos assim muitos estão, principalmente quando se sabe que o que mais há são colegas, sem nenhum envolvimento de coração.

 

Nesta desesperada busca por amizade nos deparamos com fatos paradoxais. É o inusitado que nos apanha, assalta e converte em pessoas crédulas que, mesmo diante de contradições, podem a qualquer hora ser surpreendidas, invadidas pela realidade crucial e irrefutável de que amigos há, é preciso apenas descobri-los.    

 

Quem é que já não teve a grata surpresa de ser traído pelo melhor “amigo”? Por outro lado, quem é que também já não teve a régia recompensa de ser brindado por uma amizade inesperada?

 

Mas se a amizade que confiamos pode não ser a que é real, como podemos confiar no real? Desconfiaremos sempre do real para depositar o coração no inesperado?

 

É realmente muito complicado para qualquer ser mortal aceitar o fato de não poder ter, com ninguém, qualquer relação de confiança. Todavia, a Bíblia diz que há amigos mais chegados que irmãos. Certamente isso não se trata de frase de efeito nem qualquer coisa que o valha. É realidade.

 

Mas se isso ajuda você que já viveu ou vive este momento de desilusão à procura de uma grande amizade, a Bíblia assevera que “maldito o homem que confia no homem”.

 

O que o texto contempla aqui não é o “eu” confiar no “tu”, mas sim a empáfia humana que acredita que pode viver independente de Deus, com a força do seu próprio braço.

 

Se fôssemos pensar como a maioria, diríamos que o assunto não tem solução: não há amigos de verdade. Mas, se raciocinarmos com ausência de preconceito, concluiremos que esse é o grande mistério da convivência: quem é quem na história do convívio humano.

 

Basta uma olhada para trás para que lembremos alguns episódios bem pitorescos da nossa convivência, e quão difícil é para alguém ser aquilo que gostaria.


Eu diria que tudo isso se resolve com uma boa e imparcial leitura da vida. Nem nós nos conhecemos. Somos alguém hoje e outro amanhã.

 

De resto mesmo, fica a amizade madura, que gosta além das próprias ambiguidades, dos próprios sentidos e que insiste em ter o amigo, mesmo sem retorno, sem troca. É o tudo/nada pela amizade.

 

Mude o "quem ganha alma sábio é" (tradução incorreta) para "quem sabe fazer um amigo é sábio!

 
REV. PAULO CESAR LIMA.