quarta-feira, 20 de julho de 2016

O QUE ESTAMOS FAZENDO DO NOSSO MINISTÉRIO?

Um pastor, companheiro meu nas lides do Eterno, externou o seu sentimento dizendo para mim que não conseguia enxergar sucesso na vida de pastores sérios, coerentes, os que lutam pela justiça e verdade. Logo após esta sua afirmação, eu o interrompi perguntando-lhe: «Por que você pensa assim? Você sabe que a Bíblia diz que a verdade sempre prevalece»! Para minha surpresa, ele, com alteração de voz, disse: «Eu não creio mais assim, meu amigo! Pois vejo que o que prevalece, hoje, é a manipulação, a mentira, a injustiça, a incoerência, a superficialidade, a aparência ... é isso que é aceito e acolhido pelo povo». 

O que este pastor está dizendo tem muito a ver com o mundo real de centenas de líderes evangélicos. Desde que foi implantado o evangelho triunfalista no Brasil, baseado em confissões positivas, explorando o imediatismo como forma de solução para todos os problemas humanos, centenas de pastores sérios estão à beira de um ataque de nervos, por não conseguirem viver este padrão ilegítimo e inconsistente de mensagens que insistem nas aplicações morais e espirituais.

Pastores sérios e comprometidos com Deus não conseguem fazer a passagem da retidão para a conveniência, a contingencialidade. Causa dor na alma ter que abrir mão de valores espirituais para dar lugar ao trivial, superficial, aparente, momentâneo, circunstancial. Isso, acima de tudo, é vergonhoso.

É melhor continuar a acreditar nas intervenções divinas e nas possibilidades de uma reviravolta de Deus na história das igrejas brasileiras.

De tanto se vender um evangelho facilitador para as pessoas, foi criado um código ético de conduta paralelo aos ensinos bíblicos. A mais valia do lado do triunfalismo é você demonstrar prosperidade financeira, ausência de sofrimento, e ter um plantel de respostas divinas para os problemas. Se isto for mostrado por você, sua vida vai muito bem.

A verdade de tudo isso segue três pressupostos que fazem o caminho inverso do que foi ensinado por Jesus no Novo Testamento. O primeiro pressuposto é a pessoa imaginar o Eterno como o resolvedor-mor de todos os problemas humanos. Um tipo de «shazan» circunstancial, ou um «deus» que está à nossa disposição para o que der e vier. Evidentemente, que falando assim não estou querendo esvaziar o sentido que tem a ver com as intervenções do Eterno na história, que são manifestações legítimas da sua previdência e providência. Estou falando dessa liquidação evangélica sem fim onde Deus passa a ser visto como objeto de consumo.

O lado utilitário do triunfalismo é o mais nocivo de todos: Deus é configurado a partir de uma noção monstruosamente mercantilista, a qual subordina tudo ao interesse, ao lucro, ao ganho; é a presença da ideia de um «deus quebra-galho».

O segundo pressuposto é o que vê o sucesso pelo viés publicitário. A Bíblia é um livro totalmente diferenciado neste particular. Os ensinos de Jesus quanto ao sucesso trazem uma configuração que vai na contramão do senso comum. Segundo os ensinamentos do Filho de Deus, o sucesso advém de um caminho que beira ao paradoxo. De acordo com Jesus, a bem-aventurança acontece na vida de um discípulo, através de um contexto de injúria, difamação, calúnia e perseguição. Aliás, conforme nos informa a bíblia, feliz é aquele que experimenta tais aflições e sofrimentos no seu espaço existencial. Isto quer dizer que Jesus, segundo os evangelhos, e os apóstolos, conforme as epístolas, veem o sofrimento não como fraqueza ou derrota, mas algo que nos leva a estádios mais elevados e nos torna mais humanos:

«... e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência [resistência], e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado». (Romanos 5:2-5)

O terceiro pressuposto é aquele que me faz negar o tempo todo a dor, o sofrimento, a calamidade, a tragédia ... Estas negativas que me empurram contra a parede me faz viver entre o pêndulo do verdadeiro e o falso, da personagem e a pessoa, do real e o imaginário. Estas negativas que nos forçam a aprender, torna-nos esquizofrênicos, cindidos, partidos psiquicamente. Mas Deus não nos obriga a fazer tal coisa como teste de resistência. Isso é fanatismo monstruoso e da pior espécie.

Hoje, para você ser o que você é, precisa de toda força que puder reunir. Em contrapartida, as pessoas ficam querendo unção, unção, unção, mas nem mesmo sabendo o que significa e a sua aplicação à vida.

Segundo a Bíblia, o HOMEM UNGIDO não é aquele que está cheio de poder e pronto para feitos portentosos. Absolutamente. O HOMEM UNGIDO, ao contrário, é aquele que, mesmo em meio às duras pressões, provações e assédios para forçá-lo a deixar cair o seu padrão ético e o seu conteúdo doutrinário, escolhe permanecer naquilo em que foi ensinado. «E a UNÇÃO que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua UNÇÃO vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis». (1 João 2:27)

Precisamos, com urgência, de HOMENS UNGIDOS que não se vendam ao modismo, ao contingencial, ao imediatismo, ao senso comum, ao "faça fácil" ou ao "mais fácil", mas, pela unção que receberam de Deus, sejam honestos, firmes, verdadeiros, e que não se curvem aos apelos do tempo presente, mesmo que isso lhes custe vida de sacrifício e de aperto, pois assim viveram e vivem os homens de Deus, os profetas. 


REV. PAULO CESAR LIMA  

quinta-feira, 7 de julho de 2016

A GRAÇA DE DEUS E A SUA AÇÃO LIBERTÁRIA



Hebreus 9:15: «Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a PRIMEIRA ALIANÇA.».

INTRODUÇÃO:

Preocupa-me imaginar a possibilidade de que muitos crentes hodiernos não tenham alicerçado sua fé na graça de Deus; infelizmente, ainda dependem de suas boas obras como garantia de salvação. Têm sido acrescentadas fórmulas e exigências comportamentais à mensagem da salvação, tornando o sacrifício de Cristo ineficaz. Indago-me, frequentemente, se muitos crentes não se estribam nas doutrinas e proibições de suas igrejas como um meio de alcançarem a salvação.


«Então, por que agora vocês estão querendo tentar a Deus, impondo sobre os discípulos um jugo que nem nós nem nossos antepassados conseguimos suportar?» (At 15:10)


A maioria dos evangélicos está se enganando, mantendo sua espiritualidade à base de «obrigações expiatórias». Isso é cair da Graça de Deus.


A LEI E A GRAÇA – NOVA E VELHA ALIANÇA


A Bíblia se refere a algumas alianças no Antigo Testamento:

a) a aliança de Deus com Adão;
b) a aliança de Deus com Noé;
c) a aliança de Deus com Abraão e
d) a aliança de Deus com Moisés.

AS DUAS MAIORES ALIANÇAS DE TODA A BÍBLIA SAGRADA SÃO:

a) A VELHA ALIANÇA
d) A NOVA ALIANÇA

A ALIANÇA DO VELHO TESTAMENTO É CHAMADA DE:

1. VELHA ALIANÇA
2. ALIANÇA DE MOISÉS
3. ALIANÇA DA LEI
4. ALIANÇA DO MONTE SINAI

O QUE ACONTECEU NA VELHA ALIANÇA

. Salmos 105:37: «Ele tirou de lá Israel, que saiu cheio de prata e ouro. Não havia em suas tribos quem fraquejasse».

. Êxodo 14:11: «Disseram a Moisés: ‘Foi por falta de túmulos no Egito que você nos trouxe para morrermos no deserto? O que você fez conosco, tirando-nos de lá?’»

. Êxodo 19:4-25: «Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim. Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas. Moisés voltou, convocou as autoridades do povo e lhes expôs tudo o que o Senhor havia-lhe mandado falar. O povo todo respondeu unânime: ‘Faremos tudo o que o Senhor ordenou’. E Moisés levou ao Senhor a resposta do povo. Disse o Senhor a Moisés: ‘Virei a você numa densa nuvem, a fim de que o povo, ouvindo-me falar-lhe, passe a confiar sempre em você’. Então Moisés relatou ao Senhor o que o povo lhe dissera. E o Senhor disse a Moisés: ‘Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo. Estabeleça limites em torno do monte e diga ao povo: ‘Tenham o cuidado de não subir ao monte e de não tocar na sua base. Quem tocar no monte certamente será morto; será apedrejado ou morto a flechadas. Ninguém deverá tocá-lo com a mão. Seja homem, seja animal, não viverá. Somente quando a corneta soar um toque longo eles poderão subir ao monte’. Tendo Moisés descido do monte, consagrou o povo; e eles lavaram as suas vestes. Disse ele então ao povo: ‘Preparem-se para o terceiro dia, e até lá não se acheguem a mulher’. Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta ressoou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo. Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu. O Senhor desceu ao topo do monte Sinai e chamou Moisés para o alto do monte. Moisés subiu e o Senhor lhe disse: ‘Desça e alerte o povo que não ultrapasse os limites, para ver o Senhor, e muitos deles pereçam. Mesmo os sacerdotes que se aproximarem do Senhor devem consagrar-se; senão o Senhor os fulminará’. Moisés disse ao Senhor: ‘O povo não pode subir ao monte Sinai, pois tu mesmo nos avisaste: Estabeleça um limite em torno do monte e declare-o santo’. O Senhor respondeu: ‘Desça e depois torne a subir, acompanhado de Arão. Quanto aos sacerdotes e ao povo, não devem ultrapassar o limite para subir ao Senhor; senão, o Senhor os fulminará’. Então Moisés desceu e avisou o povo».

. Deuteronômio 8:1-13: «Tenham o cuidado de obedecer toda a lei que eu hoje lhes ordeno, para que vocês vivam, multipliquem-se e tomem posse da terra que o Senhor prometeu, com juramento, aos seus antepassados. Lembre-se de como o Senhor, o seu Deus, os conduziu por todo o caminho no deserto, durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-los à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus mandamentos ou não. Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhe que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do Senhor. As roupas de vocês não se gastaram e os seus pés não incharam durante esses quarenta anos. Saibam, pois, em seu coração que, assim como um homem disciplina o seu filho, da mesma forma o Senhor, o seu Deus, os disciplina. Obedeçam aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, andando em seus caminhos e dele tendo temor. Pois o Senhor, o seu Deus, os está levando a uma boa terra, cheia de riachos e tanques de água, de fontes que jorram nos vales e nas colinas; terra de trigo e cevada, videiras e figueiras e romãzeiras, azeite de oliva e mel; terra onde não faltará pão e onde não terão falta de nada; terra onde as rochas têm ferro e onde você poderá escavar cobre nas colinas. Depois que tiverem comido até ficarem satisfeitos, louvem ao Senhor, o seu Deus, pela boa terra que lhe deu. Tenham o cuidado de não se esquecer do Senhor, do seu Deus, deixando de obedecer aos seus mandamentos, às suas ordenanças e aos seus decretos que hoje lhes ordeno. Não aconteça que, depois de terem comido até ficarem satisfeitos, de terem construído boas casas e nelas morado, de aumentarem os seus rebanhos, a sua prata e o seu ouro, e todos os seus bens, o seu coração fique orgulhoso e vocês se esqueçam do Senhor, do seu Deus, que os tirou do Egito, da terra da escravidão».

. Salmo 105:37: «E tirou-os para fora com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um só fraco».


Quando Deus nos tira [liberta] de uma situação 
incômoda e sofredora, Ele sempre o faz de
uma GRANDE MANEIRA.



Êxodo 14:11,12: «E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto».

Êxodo 15:23-25: «Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou».

Êxodo 16:3,4: «E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera tivéssemos morrido por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes trazido a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão. Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não».

Por que até aqui Deus não mandou fogo sobre este povo murmurador? Porque tudo isso aconteceu antes dos 10 mandamentos; antes da Lei. Deus estava tratando o povo com Graça. Parece que para cada murmuração do povo, Deus fazia um milagre. Isso é misericórdia, amor, graça. 

Deus não tirou Israel do Egito porque eles eram bons; Deus não libertou Israel porque a nação só tinha gente maravilhosa, mas porque Ele (Yahweh) é bom e maravilhoso.


NESTE PERÍODO DA HISTÓRIA DE ISRAEL, A NAÇÃO
RECÉM-LIBERTA DO EGITO DEPENDIA DA
FIDELIDADE, DA BONDADE DE DEUS.



Números 21:5,6: «E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. Então o Senhor mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel».

Deuteronômio 28:3,4,12: «Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado».

Quando Deus tirou o povo do Egito, a lei ainda não havia sido dada. Eles estavam vivendo sob a misericórdia de Deus. Mas, segundo Êxodo cap. 19, do versículo 4 até o 25, tudo mudou, porque Israel foi infiel à Aliança de Deus. De acordo com o que se lê no versículo 8: «O povo todo respondeu unânime: ‘Faremos tudo o que o Senhor ordenou’. E Moisés levou ao Senhor a resposta do povo» (Êxodo 19:8), a expressão «faremos tudo o que o Senhor ordenou» é uma atitude de arrogância da parte do povo. Na verdade, a ideia por trás desta declaração é que eles PODEM, TÊM POSSIBILIDADES, de fazer a vontade de Deus em tudo. Até então Deus não exigia do povo absolutamente nada. Mas eles rejeitaram a Graça de Deus. Então, Deus se afastou deles.

Do versículo 9 em diante, veja como Deus passa a tratar o povo:

«Disse o Senhor a Moisés: ‘Virei a você numa densa nuvem, a fim de que o povo, ouvindo-me falar-lhe, passe a confiar sempre em você’. Então Moisés relatou ao Senhor o que o povo lhe dissera. E o Senhor disse a Moisés: ‘Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo’. Estabeleça limites em torno do monte e diga ao povo: ‘Tenham o cuidado de não subir ao monte e de não tocar na sua base. Quem tocar no monte certamente será morto; será apedrejado ou morto a flechadas. Ninguém deverá tocá-lo com a mão. Seja homem, seja animal, não viverá. Somente quando a corneta soar um toque longo eles poderão subir ao monte’. Tendo Moisés descido do monte, consagrou o povo; e eles lavaram as suas vestes. Disse ele então ao povo: ‘Preparem-se para o terceiro dia, e até lá não se acheguem a mulher’. Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e raios, uma densa nuvem cobriu o monte, e uma trombeta ressoou fortemente. Todos no acampamento tremeram de medo».

«Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e a voz de Deus lhe respondeu. O Senhor desceu ao topo do monte Sinai e chamou Moisés para o alto do monte. Moisés subiu e o Senhor lhe disse: ‘Desça e alerte o povo que não ultrapasse os limites, para ver o Senhor, e muitos deles pereçam’».

«Mesmo os sacerdotes que se aproximarem do Senhor devem consagrar-se; senão o Senhor os fulminará’. Moisés disse ao Senhor: ‘O povo não pode subir ao monte Sinai, pois tu mesmo nos avisaste: ‘Estabeleça um limite em torno do monte e declare-o santo’. O Senhor respondeu: ‘Desça e depois torne a subir, acompanhado de Arão. Quanto aos sacerdotes e ao povo, não devem ultrapassar o limite para subir ao Senhor; senão, o Senhor os fulminará’. Então Moisés desceu e avisou o povo». (Êxodo 19:9-25)

Dá para perceber que, depois da arrogância do povo em rejeitar a Graça, o tratamento de Deus passa a ser outro.

1.    Deus exige santidade
2.    Deus exige pureza
3.    Deus exige distância
4.    Deus fala de punição
5.    A morte aparece
6.    Deus coloca limites

CHEGA A NOVA ALIANÇA

Romanos 6:14: «Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça».

Romanos 7:3,4: «Por isso, se ela se casar com outro homem enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não será adúltera. Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos, a fim de que venhamos a dar fruto para Deus».

Romanos 3:19-22: «Sabemos que tudo o que a lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus. Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado. Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem. Não há distinção».

. Romanos 7:14: «Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado».

. Romanos 10:4: «Porque o fim da lei é Cristo, para a justificação de todo o que crê».

. Romanos 13:10: «O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei».

. 2ª Coríntios 3:4-16: «Tal é a confiança que temos diante de Deus, por meio de Cristo. Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica. O ministério que trouxe a morte foi gravado com letras em pedras; mas esse ministério veio com tal glória que os israelitas não podiam fixar os olhos na face de Moisés por causa do resplendor do seu rosto, ainda que desvanecente. Não será o ministério do Espírito ainda muito mais glorioso? Se era glorioso o ministério que trouxe condenação, quanto mais glorioso será o ministério que produz justiça! Pois o que outrora foi glorioso, agora não tem glória, em comparação com a glória insuperável. E se o que estava se desvanecendo se manifestou com glória, quanto maior será a glória do que permanece! Portanto, visto que temos tal esperança, mostramos muita confiança. Não somos como Moisés, que colocava um véu sobre a face para que os israelitas não contemplassem o resplendor que se desvanecia. Na verdade as mentes deles se fecharam, pois até hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado, porque é somente em Cristo que ele é removido. De fato, até o dia de hoje, quando Moisés é lido, um véu cobre os seus corações. Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado».

. Gálatas 2:16: «Sabemos que ninguém é justificado pela prática da lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo. Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela prática da lei, porque pela prática da lei ninguém será justificado».

. Gálatas 2:21: «Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça vem pela lei, Cristo morreu inutilmente!»

. Gálatas 3:11: «É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o justo viverá pela fé».

. Hebreus 7:18,19: «A ordenança anterior é revogada, porquanto era fraca e inútil (pois a lei não havia aperfeiçoado coisa alguma), sendo introduzida uma esperança superior, pela qual nos aproximamos de Deus».

. Hebreus 7:22,28: «Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior...  Pois a Lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas; mas o juramento, que veio depois da Lei, constitui o Filho, perfeito para sempre».

A Aliança de Jesus no Novo Testamento é também conhecida como

1. ALIANÇA DA GRAÇA
2. ALIANÇA DA PAZ

. João 1:14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

. João 1:17: “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.”

A GRAÇA DE DEUS SEMPRE SERÁ MAIOR DO QUE O PECADO: «A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça» (Rm 5:20).

Quando falamos da Graça de Deus não faltam comentários dos «engenhosos justiça própria» que imaginam que estamos falando de um «evangelho fácil», «porta larga», um «evangelho sem regras, normas, proibições». Esses implacáveis «novos judaizantes» pensam que falar da Graça de Deus é uma desculpa para quem quer viver vida cristã fácil. O que eles esquecem é que foram salvos PELA GRAÇA DE DEUS. Mais: o encontro com a Graça de Deus é a maior de todas as experiências que um ser humano pode passar. É ser «agarrado» pelas «cordas do amor» de Deus; é ser constrangido a viver debaixo da maior de todas as leis: a lei do amor.

A LEI DO AMOR SOB A QUAL VIVEM OS QUE FORAM ALCANÇADOS PELA GRAÇA DE DEUS NÃO É UMA LEI PERMISSIVA, MAS CAUSATIVA DE ATOS PROFUNDOS DE LEALDADE E MISERICÓRDIA. AO MESMO TEMPO QUE SE É LEAL, TAMBÉM SE É MISERICORDIOSO. 

Hebreus 7:18-22: «Assim a regra antiga foi anulada porque era fraca e inútil. Pois a lei não podia aperfeiçoar nada. Mas agora Deus nos deu uma esperança melhor, por meio da qual chegamos perto dele. Além disso, há o juramento de Deus. Não houve juramento quando os outros se tornaram sacerdotes. Porém houve juramento quando Jesus se tornou sacerdote, pois Deus lhe disse: ‘O Senhor jurou e não voltará atrás. Ele disse: ‘Você será sacerdote para sempre.’ Portanto, essa diferença também faz com que Jesus seja a garantia de uma aliança melhor».

. Hebreus 8:6-13: «Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores. Pois se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar lugar para outra. Deus, porém, achou o povo em falta e disse: ‘Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; visto que eles não permaneceram fiéis à minha aliança, eu me afastei deles’, diz o Senhor. ‘Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias’, declara o Senhor. ‘Porei minhas leis em suas mentes e as escreverei em seus corações’. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados’. Chamando ‘nova’ esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e envelhecido, está a ponto de desaparecer».

2ª Timóteo 2:13: «se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo».


A Nova Aliança está estabelecida
na fidelidade de Jesus



Hebreus 6:13-20: «Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: ‘Esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes numerosos’. E foi assim que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa. Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito, pondo fim a toda discussão. Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promessa, Deus o confirmou com juramento, para que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta, sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança a nós proposta. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque».

CONCLUSÃO:

Na Nova Aliança o acento fundamental da salvação recai sobre a pessoa graciosa de Jesus Cristo e sua Obra Expiatória.

Se a santificação que vê a Deus está baseada na autenticidade, na originalidade, na sinceridade (Mateus 5:8), o mesmo serve para Hebreus 12:14: «Segui a paz com todos, e a SANTIFICAÇÃO, sem a qual ninguém verá o Senhor» (Hebreus 12:14). Santificação, na homilia aos Hebreus, não é regra de conduta, comportamento ilibado, mas sim relacionamento baseado na sinceridade, na autenticidade. Deus só será visto em tudo quando nosso coração for sincero, autêntico, original.


 Rev. Paulo Cesar Lima